
A Chinatown não é a única razão que me faz viajar até Yokohama.
Ainda não fui lá, explico a mim próprio.Esta cidade da periferia de Tóquio tem quase o dobro dos habitantes da Grande Lisboa. É como se o Porto estivesse à saída da 2ª Circular, numa proporção nipónica. Yokohama é a segunda maior cidade. E a que tem o prédio mais alto. O
Landmark Tower orgulha-se de ter o elevador mais rápido do Mundo. A
Chinatown é a maior do Japão.
Desencubro algo de português nesta tendência de Yokohama para facilitar tudo com o superlativo relativo de superioridade.Pouco depois de chegar, entro na China. Após o período feudal Edo, em que o Japão se isolou do Mundo, Yokohama abriu a porta do contacto internacional: o Porto foi inaugurado em 1859. Um século depois, a
Chinatown era oficializada.
Predomina o vermelho. O comércio é diferente, os chineses empurram os produtos aos clientes. Almoço rodeado de dragões.
Volto ao Japão passeando no cais, e estranho o espaço que tenho para caminhar. Não há obstáculos no jogo dos peões. O oceano brilha-me nos olhos recordações das cores de Lisboa.

Subo no elevador mais rápido: 45Km\h de zumbido nos ouvidos. Chego ao 69º andar excitado com a potência da altura: vejo Tóquio ao longe. É invisível a fronteira do inchaço urbano.
Espero o pôr-do-sol, frustrado por não poder ver o cume do Monte Fuji, o maior do Japão.
No prédio mais alto sou o mais português dos que partilham este planar estático.
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