Em Tóquio a viver...
Ninguém vai saber.
Em Tóquio a viver, faço o que entender.
Ninguém vai saber.
Assim é que gosto de viver.
Internet, espaço cibernético que aumenta o meu poder. Escolhi o meu quarto antes de chegar ao Japão. Um dia encontrei e decidi-me: Quarto 501. Janelas, espaços psicológicos que aumentam o físico.
Ainda no Portugalinho, ouvia as histórias de turistas que já tinham visitado o Japão. Primeiras impressões: "Caríssimo! Só de táxi do aeroporto para Tóquio pagámos 50 contos!!!"
Mais do que os originais vestidos e maquilhagens, é a quantidade de disparos fotográficos que me abalroa, para divertimento dominical de jovens nipónicas numa passerelle à entrada para o Santuário Meiji, o mais importante de Tóquio.
Não consigo imaginar quantos projécteis pictóricos são disparados num Domingo em Harajuku, mas tento confrontar a quantidade a um dia da Grande Guerra. É que chegado ao seu quartel, o soldado da Fotografia verifica que tinha gasto, sozinho e em poucas horas, 187 munições.

(mais imagens de Harajuku em Efeito-Niponico)
Também para mim foi uma semana de viajante, não de estagiário trabalhador. Foi o adiar da rotina por uma semana, de ouro.Foi a semana mais preenchida, sentida, que alguma vez tive. A Golden Week entra directamente para o pódio dourado das semanas da minha vida.
Passeios sem rumo em insónias matinais.
O cruzamento de Shibuya numa hora morta.
(mais fotografias em Efeito-Niponico)
As asas do desejo poisam no Aeroporto de Narita numa manhã de gratidão solar. Um incerto jet-lag e um certo fat-bag não contrariam a tranquilidade que sinto. Tranquilo, espero as dúvidas dos senhores da alfândega. Tranquilo, vejo os outros passageiros e o tempo a passarem, tranquilos.
Imerso numa solidão extrema de monólogos interiores, passo os primeiros dias à volta de Tóquio à volta de mim.