sábado, fevereiro 10, 2007

Pedigree Social

A industrialização dos animais de estimação é apenas outra peculiaridade que desagua na expressão “só no Japão”.

Os valores da qualidade e sofisticação são de tal modo aquecidos pelo Sol Nascente que até os cãezinhos beneficiam desta importância de pedigree social, sendo tratados como seres humanos. Enquanto abundam os cafés, cabeleireiros e hotéis para cães, existem actualmente menos crianças do que animais domésticos.

O cão tornou-se um adereço de moda, que segue as tendências de roupas, jóias e penteados. Usam jeans, colares opulentos ou fatos de treino, conforme o dono.
São, afinal, o melhor amigo do Homem, mas também da japonesa solitária que procura afectos e do casal que substitui o filho que não pode suportar financeiramente.

No caso dos "proprietários do ser vivo" saírem da ilha, os animais podem ficar instalados na suite construída no Aeroporto de Narita. Pedicura, uma nova cor de pêlo ou noites em hotéis de amor, tudo existe neste mundo-pouco-cão. Até matrimónio, se houver romance.

Os donos usam malas ou carrinhos para levar o cachorrinho a passear, ou levar-se a si próprios a passear com a companhia possível de obter numa loja. Nestes supermercados de vidas, há Chihuahuas de poucos gramas a pesar cerca de 500.000 ienes (mais de 3000 euros).
No Japão contemporâneo já não é o cão que suja o tapete, antes é o tapete que não pode irritar a pelugem da criança canina.
Mais fotos, aqui.

2 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Fascinante...o teu blog.


Abraço.

10/2/07 11:38 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Ao ver estas imagens, documentadas por um texto exemplar ,fica me a questão: como é que um povo cuida com tanto esmero e afecto uns seres caninos e muitos povos tratam seres inocentes da sua própria raça, com o desprezo e os maus tratos testemunhado diariamente pelos media.
Alguem explica?

14/2/07 10:22 da tarde  

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